sábado, 25 de maio de 2013
POESIA = Gouveia Marinho
GOUVEIA MARINHO
LUIZ
TAVARES DE GOUVEIA MARINHO
GOIANA-PE = 1901
/ 1983
Tristeza Da Lua
Baudelaire
Sonha a lua, esta
noite, apática e cansada,
como uma esbelta
dama em camurça macia,
e que, antes de
se achar no sono mergulhada,
com distraída mão
o colo acaricia.
Sobre a mole
alcatifa azul acetinada,
repousando, se
entrega à sutil alegria
de os olhos
relancear à abobada estrelada,
repleta das
visões da altura imensa e fria.
Se acaso sobre a
terra, em súbito quebranto,
das órbitas lhe
cai uma gota de pranto,
piedoso e insone
poeta ergue-se a socorrê-la.
No côncavo da mão
apanha-a e, com carinho,
agasalha-a no
peito assim como num ninho,
a ocultá-la no
olhar maligno de uma estrela.
LUIZ VILELA
LUIZ VILELA
Coisas De Hotel
Era meu
vizinho, morava no quarto ao lado. Hoje, de manhã, quando a servente veio fazer
a limpeza, encontrou-o morto. Eu não estava na hora, já tinha saído para o
trabalho; e de tarde, quando cheguei, já tinham levado o corpo. Morreu durante
a noite. Parece que ainda não sabem se foi morte natural ou suicídio.
Ele chamava-se João. Até ontem eu pensava que o seu nome fosse Alberto. Deve
ser porque alguma vez ouvi, por engano, alguém se referir a ele com esse nome.
Não me lembro de quem ou quando foi, mas só pode ser, porque nunca conversamos
e ele nunca teve a oportunidade de me dizer o seu nome, ou eu de perguntar.
Apesar de vizinhos, nunca fomos um ao quarto do outro. Mas isso não tem nada de
mais, é uma situação comum num hotel; há pessoas que passam anos morando em
quartos vizinhos e às vezes não trocam nem mesmo uma palavra.
Havia talvez mais de ano já que ele morava aqui. Lembro-me dele no hotel há um
bom tempo, embora não me recorde exatamente da primeira vez em que o vi. A não
ser quando é uma pessoa com alguma característica marcante, a gente não presta
muita atenção nos hóspedes novos; uma hora a gente cruza no corredor e observa
que a pessoa é nova no hotel, mas pode ser que antes disso, ontem ou anteontem,
já tenhamos passado por ela mais de uma vez e nem reparado. É que há sempre
gente chegando e saindo, e quem já mora
no hotel há mais tempo se acostuma com esse movimento.
Ele era uma pessoa comum, não se distinguia por nada. A velha do trinta e
quatro, por exemplo: esta, desde o primeiro dia em que a vi me chamou a
atenção, com aquele vestido quase batendo nos pés, o coque, e a cara
fantasmagórica. Até hoje, quando passo por ela, ainda a observo — de
maneira discreta, evidentemente. Mas ele, não. Lembrando-me agora das vezes em
que o vi, que cruzei com ele no corredor, sei dizer que ele era de estatura
média, idade mais ou menos de uns trinta anos, o andar lento, sempre de terno
escuro e gravata. Pouco mais do que isso eu poderia dizer. E não falo assim da
cor dos olhos, ou, por exemplo, se ele tinha alguma cicatriz no rosto; falo de
sua aparência. Era uma pessoa alegre? Triste? Preocupada? Não saberia dizer;
pelo menos, com segurança. Cumprimentávamo-nos, e posso dizer que ele era uma
pessoa educada. Mas não me lembro de alguma vez que ele tenha me sorrido, além
desse vago sorriso que acompanha um bom-dia ou um boa-noite. Mas nem por isso,
também, tinha cara de poucos-amigos. A impressão que me fica dele, agora que
ele está morto e que me lembro das vezes em que o vi, é a de uma pessoa
simpática, educada, calada.
Chego a pensar que poderíamos ter sido bons amigos. É um pensamento que me vem
agora dessas impressões; na verdade, não há nada que me garanta isso, pois eu
não sabia, nem sei ainda, praticamente nada a respeito dele. Nem o seu nome eu
sabia... Julgo pelas impressões. É uma pessoa de quem eu teria prazer em me
aproximar e puxar conversa, tornar-me amigo. Quanto a ele, não sei, não posso
ter idéia do que ele pensava em relação a mim. Mas imagino que ele me encarasse
também com alguma simpatia, já que, pelo menos nas aparências, tínhamos alguma
coisa em comum: esse mesmo jeito calado.
Penso tudo isso agora que ele morreu e que essas coisas não poderão mais
acontecer. Mas, talvez, eu já pensasse antes; apenas não cheguei a expressá-lo
claramente para mim, como faço agora. É que nunca dei maior atenção à coisa.
Tenho a cabeça sempre muito cheia de preocupações. Meu serviço é muito
absorvente; mesmo no hotel, quando chego à noite, é difícil pensar em algo que
não esteja relacionado a ele. E quando isso me cansa ou aborrece, o que
geralmente faço é ir a um cinema, ou então beber com algum amigo no bar. Se
estou com preguiça de sair ou sem vontade, ligo o rádio e fico escutando música
até vir o sono. Nunca, nessas ocasiões, pensei no vizinho.
Para dizer a verdade, era como se ele não existisse, ou que tanto fazia ele
existir como não existir. Eu sabia que havia um outro quarto ao lado do meu e
que nesse quarto morava outra pessoa que era aquele homem que eu via no
corredor e cumprimentava; mas nunca me pus a pensar detidamente nisso. Eu
tinha, ali no hotel, o meu quarto para dormir; e fora, na rua, o serviço, os
amigos e as diversões. Era isso o meu mundo. O homem do quarto vizinho não
entrava nele; eu não sentia necessidade dele, e por isso não pensava nele. Pode
ser que o mesmo acontecesse com ele: talvez também não sentisse necessidade de
mim e não pensasse em mim.
Agora ele morreu, e penso nele; mas é apenas porque sua morte me impressiona.
Pois, fico lembrando, ontem mesmo passei por ele e o cumprimentei — e agora ele
está morto. Mas não sinto nenhuma espécie de tristeza. Não éramos amigos. Não
chegávamos a ser nem mesmo conhecidos. Simplesmente vizinhos. Como já houve
outros antes dele, de que ainda me lembro ou que já esqueci, e como haverá
outros depois dele. Daqui a alguns dias, talvez até amanhã mesmo, outra pessoa
virá morar no lugar dele. Há sempre gente procurando quartos, e o hotel não
quer perder dinheiro.
LUIZ VILELA
nasceu em Ituiutaba, Minas Gerais, em 31 de dezembro de 1942. Formou-se em
Filosofia, em Belo Horizonte. Foi jornalista em São Paulo. Morou algum tempo
nos Estados Unidos e outro tempo na Espanha. Atualmente mora em sua cidade
natal. Começou a escrever aos 13 anos. Aos 24 estreou na literatura brasileira,
com o livro, de contos, Tremor de terra, e com ele ganhou o Prêmio
Nacional de Ficção. Vilela ganhou também o Prêmio Jabuti, de melhor livro de
contos do ano, com O fim de tudo. É autor de treze livros, todos de
ficção, entre os quais a novela O choro no travesseiro, e o romance O
inferno é aqui mesmo. Já foi adaptado para o teatro, o cinema e a
televisão, e traduzido para várias línguas. Seu livro mais recente é a novela
Bóris e Dóris, a sair em breve pela Editora Record, que reeditará toda a
sua obra. “Coisas de hotel” foi extraído de O fim de tudo.
POESIA = Martins Fonte
MARTINS FONTES
SANTOS-SP = 1884-1937
Povo
O povo és tu, sou eu: nós
somos povo.
E bendigamos a perfeita
graça
De pertencer à multidão,
à massa,
Diante da qual me inclino
e me comovo.
Dela é que há de surgir o
mundo novo.
E partícula dessa
populaça,
Sinto que a prepotência
me espedaça,
Mas do posto em que estou
não me demovo.
Esqueço a Torre de Marfim
da lenda.
E, a clarinar, me envolvo
na contenda,
Ressangrando às pedradas
e aos apodos.
Nada de caridade ou de
piedade.
Mas de união ou
solidariedade
Sendo todos por um, sendo
um por todos.
CONTO = Luís Fernando Veríssimo
LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO
PORTO
ALEGRE-RS = 1936
Trisexual
As amigas se contavam tudo,
tudo, do mais banal ao mais íntimo. Eram amigas desde pequenas e não passavam
um dia sem se falar. Quando não se encontravam, se telefonavam. Cada uma fazia
um relatório do seu dia e do seu estado, e não escapava uma ida ao super, um
corrimento, uma indagação filosófica ou uma fofoca nova. Deus e todo o mundo,
literalmente. Jacine, Marília e Branca. Branca era a mais nova, mas já casara e
já enviuvara, o que despertara um certo pânico protetor nas outras duas. Tudo
acontecia rápido demais para a Branquinha, que precisava ser protegida da sua
vida precipitada, da sua vida vertiginosa. Por isso Janice telefonou para
Marília quando soube que a Branquinha estava namorando um homem chamado Futre,
Amado Futre, Rosimar Amado Futre, e que, como se não bastasse isto, ele
declarara à Branquinha que era trisexual. – Marília de Deus – disse a Janice –
o que é trisexual?!
– Bom… Bi é quando transa
com os dois sexos.
– Isso eu sei.
– Tri deve ser quando
transa com dois sexos e com bicho. Janice teve uma visão da Branquinha na cama
com Rosimar Amado Futre, o porteiro do prédio e uma cabra. Ou um cabrito?
- Bichos dos dois sexos?
– E eu vou saber?! – gritou
a Marília. Era preciso proteger a Branquinha. Mas do que, exatamente?
– O que é trisexual? –
perguntou a Janice ao seu marido Rubião.
– Ahn? – disse Rubião,
acordando. Rubião dominara o truque de segurar um jornal na frente do rosto e
dormir sem que a mulher notasse, Janice não entendia como um homem que lia
tanto jornal podia ser tão mal informado.
– O que é trisexual?
– É… é… – Volta pro teu
jornal, Rubião. Apesar de ser a mais moça das três, Branquinha fora a primeira
a perder a virgindade. Já fizera tudo que pode ser feito sobre uma cama. Ou, no
caso dela, sobre uma cama, sobre uma mesa de cozinha, jantar ou ping-pong,
sobre um estrado, na praia, no meio do campo, uma vez até no último banco de um
ônibus intermunicipal – e sempre contando tudo, tudo, às outras duas. Que
também contavam tudo que lhes acontecia, só não tinha tanto para contar. A
Janice contava sua vida com o Rubião, que só transava nos sábados e vésperas de
feriado. A Marília, que ainda não se casara e namorava um dentista chamado
João, inventava, para não pensarem que ela também não tinha uma vida sexual.
Mas nem as invenções mais criativas da Marília se igualavam às experiência da
Branquinha. E agora um trisexual chamado Amado Futre! Branquinha talvez
estivesse indo longe demais. Era preciso proteger a Branquinha. Mas apesar de
vários avisos (“Olhe lá, hein Branquinha?”) a Branquinha concordou em passar um
fim de semana na serra com o Rosimar Amado Futre. E na volta, não telefonou
para contar tudo, como ficara combinado. Teria lhe acontecido alguma coisa? Ela
estaria num hospital, com um deslocamento, depois do que o Futre lhe fizera?
Mordida por algum animal, nos arroubos da paixão? Janice e Marília não se
contiveram, invadiram o apartamento de Branquinha e exigiram um relato
completo. Mas cada pergunta sobre o fim de semana, Branquinha respondia “Nem te
conto”. E não contou mesmo. Depois da experiência com Rosimar Amado Futre,
estava tão na frente das outras que não tinham mais o que conversar. Não tinham
mais pontos de referência, era isso. Marília perguntou ao namorado João, o
dentista, o que era trisexual.
– Tri?!
– É. Tri em vez de bi.
– Bi?! – Esquece, João.
PIADAS
Amor Ou Interesse?
- Diga-me, Manoel, tua mulher faz sexo com você por
amor
ou por interesse?- Olha, Joaquim, eu acho que é por amor?
- Como é que você sabe?
- Porque ela não demonstra nenhum interesse!!
A Buzina
Cara, eu não posso escutar uma buzina...
- Por quê? - pergunta o outro - É trauma de infância?
- Não, é que minha mulher fugiu com o motorista...
- Desculpa, cara - lamenta o amigo - Sinto muito...
- Pois é... Toda vez que ouço uma buzina penso que é o cara trazendo ela de volta!
Dois velhinhos conversando:
- Você prefere sexo ou Natal?
- Sexo, claro! Natal tem todo ano, enjoa.
PENSAMENTOS
"Porque há o
direito ao grito, então eu grito".
CLARICE LISPECTOR
"Dissestes que se tua voz tivesse força igual a imensa
dor que sentes, teu grito acordaria não só a minha casa,
mas a vizinhança inteira."
RENATO RUSSO
O homem mergulha na multidão para afogar o grito do seu próprio silêncio
RABINDRANATH TAGORE
Pecar pelo
silêncio, quando se deveria protestar,
transforma homens em covardes.
ABRAHAM LINCOLN
Que importa onde a morte nos irá
surpreender! Que ela seja benvinda, desde que nosso grito de guerra
seja ouvido,
que uma outra mão se estenda para
empunhar
nossas armas e que outros homens se
levantem para
entoar cantos fúnebres em meio
ao crepitar
das metralhadoras e novos
gritos de
guerra e de vitória!
CHE GUEVARA
POESIA = Clóvis Campelo
CLÓVIS CAMPÊLO
RECIFE-PE = 1951
Narciso Moderno
Narciso moderno,
já não preciso de lagos,
vejo o meu rosto espelhado
em superfícies polidas.
já não preciso de lagos,
vejo o meu rosto espelhado
em superfícies polidas.
Narciso moderno,
já não preciso ser belo,
nem morrer buscando o eterno,
nem deixar sangrar as feridas.
já não preciso ser belo,
nem morrer buscando o eterno,
nem deixar sangrar as feridas.
Nasciso moderno,
meus olhos são tubos de imagens
e em minhas veias correm
sangues intoxicados.
meus olhos são tubos de imagens
e em minhas veias correm
sangues intoxicados.
Narciso moderno,
já não carrego culpas
embora traga comigo
todos os sete pecados.
já não carrego culpas
embora traga comigo
todos os sete pecados.
Narciso moderno,
sinto-me observado
pelo olhar escandalizado
dos semáforos,
sinal dos tempos de hoje.
sinto-me observado
pelo olhar escandalizado
dos semáforos,
sinal dos tempos de hoje.
Modernas cavalgaduras,
biônicas criaturas,
comigo disputam um espaço,
consomem o mesmo ar,
buscam uma saída.
biônicas criaturas,
comigo disputam um espaço,
consomem o mesmo ar,
buscam uma saída.
Narciso moderno,
procuro o simulacro,
do mundo busco um retrato
vazio de emoção.
procuro o simulacro,
do mundo busco um retrato
vazio de emoção.
Narciso moderno,
basta-me um botão apertar
pra ver o mundo brotar
parido pela televisão.
basta-me um botão apertar
pra ver o mundo brotar
parido pela televisão.
Recife, 1990
LOURENÇO DIAFÉRIA
LOURENÇO DIAFÉRIA
SÃO PAULO-SP
= 1933-2008
Nunca
Deixe Seu Filho Mais Confuso Que Você
De manhã, na copa. O pai mexe o café na xícara. O filho caçula vem da sala, dispara:
— Pai, o que é genitália? O homem volta-se: — Ge... o quê?
— Genitália.
— Onde é que você tirou isso, da sua cabeça?
— Tá no jornal, pai.
— Genitália, no jornal? Bem, esse assunto não é comigo
agora. Já estou atrasado pro trabalho. Cadê sua mãe? Rita! Ritinhaaaaa! Onde é
que essa mulher se enfiou? Rita, venha ouvir aqui o que seu filho está
aprontando.
Dona Rita desce esbaforida: — Algum problema,
Gervásio?
— Problema nenhum. O garoto está apenas querendo saber
o que é genitália. Explique pra ele. Estou de saída.
— Genitália? Eu? Isso é conversa de homem pra homem.
Vai dizer que você não sabe?
— Saber eu sei, lógico. Mas há coisas que a gente sabe
o que é na teoria, mas fica difícil de explicar na prática.
— Deixa de bobagem.
— Tá bom. Depois, se eu pegar trânsito, quero só ver.
— Pode deixar, pai. Não precisa ficar discutindo você
e a mamãe por causa de uma palavra. Eu pergunto pra tia da escola.
— Tá louco? A tia pode pensar mal da gente. Deixa
comigo. Presta atenção: genitália é o mesmo que partes pudendas. Genitália é
uma coisa muito antiga. Já existia no tempo do seu bisavô. No século passado,
quando seu bisavô estava vivo, as pessoas tinham pudor. Elas ocultavam do
público certas partes do corpo. Chegavam até ao exagero. As partes que ficavam
mais resguardadas formavam, exatamente, a genitália. A genitália eram as partes
pudendas.
— O umbigo era genitália, pai?
— Não. Na verdade, não era. Vou tentar explicar
melhor. As pessoas tinham vergonha de mostrar o corpo. E uma certa parte do
corpo era reservada ao extremo. Não aparecia nem em filme francês. As pessoas
chamavam esse território misterioso de vergonhas. Isso é que é a genitália
moderna.
— Bumbum é genitália, pai?
— Não. Acho que não estou sendo muito claro. Ritinha,
você não quer dar uma mão?
— Não. Assuma.
— Bom, vou pras cabeças. Ahnnn. Hummmm. Abaixe as
calças. Mais. Até os tornozelos. Isso. Pronto, tá aí a genitália.
— O umbigo?
— No térreo do umbigo. Que é que você vê embaixo do
umbiguinho?
— Pô, pai. Vai dizer que o senhor não sabe o que é
isso? É meu bingolim, pai.
— Ta aí. O bingolim é a genitália do homem.
— Puxa, o senhor podia ter falado antes.
— Na vida, às vezes é preciso usar eufemismos. Por
exemplo, a genitália da mulher tem um nome delicado, leve, ágil. Sabe o que
estou querendo dizer, não sabe? Começa com b.
— Barata da vizinha?
— Não, filho. Borboleta.
P I A D A S
Uma
senhora decidiu saber se os maridos da suas três filhas gostavam dela.
No dia seguinte foi dar uma voltinha com o primeiro e na beira de um lago escorrega, cai e sem saber nadar, começa a se afogar. O cara, sem vacilar pula na água e a resgata. No dia seguinte encontra na porta da sua casa um Peugeot 206 com o seguinte recado:
No dia seguinte foi dar uma voltinha com o primeiro e na beira de um lago escorrega, cai e sem saber nadar, começa a se afogar. O cara, sem vacilar pula na água e a resgata. No dia seguinte encontra na porta da sua casa um Peugeot 206 com o seguinte recado:
-
Obrigado. Da tua sogra que te adora.
Foi
dar uma voltinha com o segundo e na beira de mesmo lago escorrega, cai
e sem saber nadar, começa a se afogar.O cara, sem vacilar pula na água e a resgata. No dia seguinte encontra na porta da sua casa um Peugeot 206 com
o seguinte recado:
e sem saber nadar, começa a se afogar.O cara, sem vacilar pula na água e a resgata. No dia seguinte encontra na porta da sua casa um Peugeot 206 com
o seguinte recado:
-
Obrigado. Da tua sogra que te adora.
Foi
com o terceiro e na beira do lago escorrega, cai e de novo, começa a
se afogar. O cara, fica olhando para a mulher se afogando e diz:
se afogar. O cara, fica olhando para a mulher se afogando e diz:
Velha
de merda... Há anos que eu esperava por isso!!! E vai embora.
No dia
seguinte encontra na porta da sua casa um Mercedes Benz 500SL com o seguinte
recado:
-
Obrigado, Do teu sogro que te adora.
Faltavam
poucos dias para o casamento de Adolfo.
A mãe
da moça, uma quarentona escultural, estilo Vera Bitcher, lhe disse, no sofá da
sala:
—
Adolfo, quero que você saiba que eu sempre te achei um homem atraente e...
bem... estou sem graça de falar...
— Pode
falar, dona Sônia! Fique à vontade!
— Bom,
Adolfo, antes que você casasse, eu gostaria de fazer sexo com você!
Adolfo fica boquiaberto e ela prossegue:
Adolfo fica boquiaberto e ela prossegue:
— Eu
vou lá pro quarto! Se você quiser ir embora, já sabe onde é a porta... Se
quiser me ter é só ir lá pro quarto... Estarei te esperando... gostoso!
Adolfo
espera a sogra ir para o quarto, pensa por meio segundo e decide o caminho que
vai tomar.
Corre
para a porta e encontra, apoiado no seu carro, o seu sogro, marido da dona
Sônia, sorridente.
—
Parabéns, Adolfo! — disse ele — Queríamos saber se você era um homem fiel,
honesto e leal e você passou pelo teste!
Então
a sogra saiu da casa e também o cumprimentou.
Moral
da história: É bem melhor carregar as camisinhas no carro do que no bolso.
O cara chega pro amigo e fala:
- Minha sogra morreu e agora fiquei em dúvida, não sei se vou trabalhar ou se vou pro enterro dela... O que é que você acha?
E o amigo:
- Primeiro o trabalho, depois a diversão!!!
- Minha sogra morreu e agora fiquei em dúvida, não sei se vou trabalhar ou se vou pro enterro dela... O que é que você acha?
E o amigo:
- Primeiro o trabalho, depois a diversão!!!
POESIA = Abgar Renault
A B G A R R E N A
U L T
BARBACENA-MG =
1901-1995
Soneto Das
Perguntas
Por que uma vária vela
vento em fora
me arrasta para além
daquela curva,
e esta âncora, revendo
atrás e aurora,
prende meu lenho sob uma
água turva?
Quando eu não for, como
será o mundo?
Houvera o mesmo chão, se
eu não houvesse?
A reta mão não toca o
céu profundo;
como o tocara a voz de
oblíqua prece?
Por que sou mais mortal
e mais ausente
na distância fechada à
minha frente?
Quem me esvaziou de mim,
de hoje e de aqui?
Entre que relva, em que
porão nefando
ou absurda cisterna está
vagando
aquele que já foi — e que perdi?
LIMA BARRETO
LIMA BARRETO
RIO DE JANEIRO-RJ = 1881 – 1922
Elogio Da Morte
Não sei quem foi que disse que a Vida é feita pela Morte. É a destruição contínua e perene que faz a vida.
A esse respeito, porém, eu quero crer que a Morte mereça maiores encômios.
É ela que faz todas as consolações das nossas desgraças; é dela que nós esperamos a nossa redenção; é ela a quem todos os infelizes pedem socorro e esquecimento.
Gosto da Morte porque ela é o aniquilamento de todos nós; gosto da Morte porque ela nos sagra. Em vida, todos nós só somos conhecidos pela calúnia e maledicência, mas, depois que Ela nos leva, nós somos conhecidos (a repetição é a melhor figura de retórica), pelas nossas boas qualidades.
É inútil estar vivendo, para ser dependente dos outros; é inútil estar vivendo para sofrer os vexames que não merecemos.
A vida não pode ser uma dor, uma humilhação de contínuos e burocratas idiotas; a vida deve ser uma vitória. Quando, porém, não se pode conseguir isso, a Morte é que deve vir em nosso socorro.
A covardia mental e moral do Brasil não permite movimentos. de independência; ela só quer acompanhadores de procissão, que só visam lucros ou salários nos pareceres. Não há, entre nós, campo para as grandes batalhas de espírito e inteligência. Tudo aqui é feito com o dinheiro e os títulos. A agitação de uma idéia não repercute na massa e quando esta sabe que se trata de contrariar uma pessoa poderosa, trata o agitador de louco.
Estou cansado de dizer que os malucos foram os reformadores do mundo.
Le Bon dizia isto a propósito de Maomé, nas suas Civilisation des arabes, com toda a razão; e não há chanceler falsificado e secretária catita que o possa contestar..
São eles os heróis; são eles os reformadores; são eles os iludidos; são eles que trazem as grandes idéias, para melhoria das condições da existência da nossa triste Humanidade.
Nunca foram os homens de bom senso, os honestos burgueses ali da esquina ou das secretárias chics que fizeram as grandes reformas no mundo.
Todas elas têm sido feitas por homens, e, às vezes mesmo mulheres, tidos por doidos.
A divisa deles consiste em não ser panurgianos e seguir a opinião de todos, por isso mesmo podem ver mais longe do que os outros.
Se nós tivéssemos sempre a opinião da maioria, estaríamos ainda no Cro-Magnon e não teríamos saído das cavernas.
O que é preciso, portanto, é que cada qual respeite a opinião .de qualquer, para que desse choque surja o esclarecimento do nosso destino, para própria felicidade da espécie humana.
Entretanto, no Brasil, não se quer isto. Procura-se abafar as opiniões, para só deixar em campo os desejos dos poderosos e prepotentes.
Os órgãos de publicidade por onde se podiam elas revelar, são fechados e não aceitam nada que os possa lesar.
Dessa forma, quem, como eu nasceu pobre e não quer ceder uma linha da sua independência de espírito e inteligência, só tem que fazer elogios à Morte.
Ela é a grande libertadora que não recusa os seus benefícios a quem lhe pede. Ela nos resgata e nos leva à luz de Deus.
Sendo assim, eu a sagro, antes que ela me sagre na minha pobreza, na minha infelicidade, na minha desgraça e na minha honestidade.
Ao vencedor, as batatas!
POESIA -Edwiges de Sá Pereira
EDWIGES DE SÁ
PEREIRA
BARREIROS-PE = 1884-1958
De Volta
Passei outrora
aqui, nessas campinas:
— Como as
queimara o Sol, rude e bravio!
Boninas mortas,
roseirais em ruínas,
E o rio inerte,
além, sem murmurio...
Mas, eu trazendo
na alma as cavatinas
De um sonho doce
como o sol de estio
Nem tive dó,
sequer, dessas boninas
Nem lamentei a
sorte desse rio!
Hoje, de novo
aqui passando, eu vejo
Aves, flores,
verdura, e o rumorejo
Ouço da água, a
rolar clara e sonora;
E tudo eu sinto
olhar-me sem piedade
Como a indagar de
ti, grande saudade,
O que é que fiz
das ilusões de outrora...
PENSAMENTOS
- P E N S A M E N T O S
- "Quando os ricos fazem a guerra, são
- sempre os pobres que morrem."
- JEAN-PAUL SARTRE
- "O objectivo da guerra é a Paz."-
- ARISTÓTELES
- "A uma guerra justa preferimos uma paz injusta."
- SAMUEL BUTLER
- "Olho por olho, e o mundo acabará cego."
- GANDHI
- "A guerra ! É uma coisa demasiada grave
- para ser confiada aos militares."
- GEORGES CLEMENCEAU
- "Não conseguireis desgostar-me da guerra. Diz-se
- que ela destrói os fracos, mas a paz faz o mesmo."
- BERTOLT BRECHT
- "Só os mortos conhecem o fim da guerra."
- PLATÃO
- "Somos a favor da abolição da guerra, não queremos
- a guerra. Mas a guerra só pode ser abolida com a
- guerra. Para que não existam mais fuzis, é
- preciso empunhar o fuzil."
- MAO TSE-TUNG
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