BÁRBARA DE ALENCAR
A primeira mulher heroína do Brasil foi Dona Bárbara de Alencar, nascida a 2 de fevereiro de 1760, em Cabrobó-PE.
A heroína
cratense da Revolução de 1817 era filha de Joaquim Pereira de Alencar e de
Teodósia Rodrigues da Conceição.
Casou-se com o
negociante português José Gonçalves dos Santos. A 17 de setembro de 1789 deu a
luz a Tristão Gonçalves Pereira de Alencar, que na Confederação do Equador
mudou seu nome para Tristão Gonçalves de Alencar Araripe.
A 16 de
outubro de 1794, deu a luz a José Martiniano de Alencar, falecido em 15 de
março de 1860, como senador, o qual a 29 de abril de 1817, chegou ao Crato-CE,
encarregado pelo Governador Revolucionário de Pernambuco, de libertar o Ceará
contra a dominação portuguesa. No dia 3 de maio, de batina e roquete, o Diácono
José Martiniano de Alencar, subiu ao púlpito na Matriz do Crato e proclamou
nossa Independência e República.
Em
consequência, Dona Bárbara de Alencar fugiu do Crato para Paraíba, mas foi
presa no Rio do Peixe, pelos seguidores do Governador Sampaio.
Qualificada
entre os presos "INFAMES CABEÇAS", foi enviada para Icó-CE, depois
para Fortaleza, onde, posteriormente, juntamente com outros presos, foi para
Recife-PE, de lá, finalmente foram recolhidos às prisões da Bahia, onde foram
cruelmente tratados.
Dona Bárbara
foi libertada em 17 de novembro de 1820, vindo a falecer em sua fazenda,
Touro-PI, a 28 de agosto de 1823.
Fantástica
odisséia encerra a vida dessa mulher extraordinária, que sendo mãe, soube ser
heroína, sendo mulher, soube vencer os preconceitos da época.
Sua vida foi
marcada pelo exemplo de fé e de patriotismo em todas as gerações. Sua descência
projetou-lhe, pela ilustração dos filhos e netos, a grandiosidade.
BÁRBARA DE
ALENCAR projetou seu vulto, sua vida e sua obra, para muito além dos estreitos
limites do Crato e do Ceará. Foi figura do Nordeste de relevância nacional.
Fonte: www.10rm.eb.mil.br
Uma Grande Mulher
Marcelo Alcoforado // Publicitário
marceloalcoforado@surfix.com.br
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Há séculos
Pernambuco é, como se ouve na primeira estrofe do seu hino, uma Nova Roma de
bravos guerreiros. Há que se fazer, contudo, justiça às mulheres, já que nosso
estado tem sido defendido também por bravas guerreiras. Ontem brandindo armas,
hoje lutando não só na administração do lar, mas igualmente nas fábricas, no
comércio, nos serviços, nas profissões liberais, nas artes, nas ciências, na
polícia, na política e, enfim, em todos os campos, contribuindo para tornar
esta terra mais auspiciosa.
Uma dessas
mulheres especiais, considerável individualmente como a primeira heroína do
Brasil, nasceu em 1760, em Exu, a terra de Luiz Gonzaga, cresceu, casou-se e
teve três filhos, todos dedicados a libertar o Brasil do jugo português. Não se
suponha, no entanto, que a vida de Bárbara Alencar foi cingida a criar os
rebentos. Ela se tornou importante protagonista do movimento que pretendia
proclamar a independência brasileira em 1817, cinco anos antes do Grito do
Ipiranga. E por isso, pelo anseio libertário, foi presa. A primeira presa
política do Brasil.
Naqueles
tempos, os ventos das ideias que nortearam as revoluções francesa e
norte-americana sopravam forte na planície das mentes esclarecidas, lembrando
ser fundamental para Pernambuco recuperar a importância de antes, porém sob um
regime moderno, e não a troco do sacrifício dos seus ideais de liberdade. Esses
ideais, claro, só poderiam prosperar em um país independente.
Sabe você quem
era o principal revolucionário da capitania? O seminarista José Martiniano de
Alencar, filho de Bárbara Alencar, que aderira ao movimento, não só cedendo a
sua casa para os conciliábulos, mas impregnando-se das ideias que norteavam a
causa.
Rica, firme,
decidida, dotada de notórios pendores políticos, Bárbara Alencar era, ademais,
uma mulher transbordante de coragem, mais ainda em uma época de mulheres
submissas e ignorantes, limitadas aos assuntos domésticos. Era um tempo em que
atos de conspiração costumavam ser punidos com a morte.
O sonho da
Revolução Republicana de 1817, todavia, durou somente 75 dias, em Pernambuco, e
oito dias no Ceará, após o que se transformou em pesadelo. Mãe, filhos, tios,
primos, foram presos, agrilhoados e levados ao Ceará, depois a Pernambuco e, em
seguida, à Bahia, onde permaneceram confinados até 1820. Foram três longos anos
em que, qualificada entre os presos rotulados de infames cabeças, nossa heroína
foi encarcerada sob condições desumanas, em rigoroso isolamento, sem poder
sequer ver os filhos.
Bárbara
Alencar - avó do grande romancista José de Alencar e ancestral do governador
Eduardo Campos - faleceu um ano após Dom Pedro haver declarado a Independência
brasileira. Legou-nos o exemplo de uma mulher que se marcou a vida pelo
enfrentamento dos preconceitos, pelo patriotismo, pela decência, pelo destemor,
qualidades que a fazem depositária deste justo reconhecimento, aliás,
especialmente apropriado em março, mês do início da Revolução de 1817 e do Dia
Internacional da Mulher.
Pensando bem,
não há como não dizer: essa mulher foi Bárbara...
Fonte: Diario de Pernambuco - 27/2/2010
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