TROVAS
Saudade é flor que na jarra
do peito rasga o botão,
é soluço de guitarra,
é gemido de violão
Ama a vida intensamente,
mesmo que te seja má,
desse amor que abrasa a gente,
ama-a que ela te amará.
Não é por mera vaidade,
que fabrico trovas a esmo;
mas porque tenho saudade
de um tempo em que fui eu mesmo.
Terra que foste o meu berço
de criança, a me embalar,
na morte em sentido inverso.
Vê meu leito tumular!
O meu ser nasceu formado,
de uma complexa ironia
lá fora um ri simulado
cá dentro melancolia.
GOUVEIA NARINHO
LUIZ
TAVARES DE GOUVEIA MARINHO
GOIANA-PE,
1901-1983
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