Poesia
Embora a turba iconoclasta, em
fúria,
Pretenda depredar os teus altares,
Resistirás! Sobrepairando à
injúria,
Farás honra aos teus numes
tutelares.
Dos teus próprios fiéis fere-te a
incúria;
Abandonam-te às chufas, aos esgares
Dos novos corifeus de língua
espúria,
De idéias parvas e expressões
alvares.
Mas viverás, Poesia soberana,
Pelo esplendor solar que te
ilumina,
Dando-te a excelsa forma
parnasiana.
Não tombará teu nobre culto em
ruína,
Pois és, Poesia, o anseio da alma
humana
De conseguir a perfeição divina.
BASTOS TIGRE
RECIFE, 1882 = 1957
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