Velho
Estás morto, estás velho,
estás cansado!
Como um sulco de lágrimas pungidas,
Ei-las, as rugas, as indefinidas
Noites do ser vencido e fatigado.
Como um sulco de lágrimas pungidas,
Ei-las, as rugas, as indefinidas
Noites do ser vencido e fatigado.
Envolve-te o crepúsculo
gelado
Onde vai soturno amortalhando as vidas
Ante o responso em músicas gemidas
No fundo coração dilacerado.
Onde vai soturno amortalhando as vidas
Ante o responso em músicas gemidas
No fundo coração dilacerado.
A cabeça pendida de fadiga,
Sentes a morte taciturna e amiga
Que os teus nervos círculos governa.
Sentes a morte taciturna e amiga
Que os teus nervos círculos governa.
Estás velho, estás morto! Ó
dor, delírio,
Alma despedaçada de martírio,
Ó desespero da Desgraça eterna!
Alma despedaçada de martírio,
Ó desespero da Desgraça eterna!
CRUZ E SOUSA
FLORIANÓPOLIS-SC =
1861-1898
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