GOUVEIA MARINHO
LUIZ TAVARES DE GOUVEIA
MARINHO
GOIANA-PE, 1901-1983
Ponho-me a refletir, nesta
hora mansa
da minha tarde. Faço sessenta
anos.
O meu corpo se curva, a alma
se cansa
ao peso esmagador dos
desenganos.
Examino, um por um, todos os
danos
que o tempo causa em mim
enquanto avança.
Ao embate de golpes
desumanos,
já me foge a ambição, morre a
esperança.
Um amigo que encontro diz,
contudo,
que estou “ficando moço”... Mas não quero
convir na generosa
afirmativa.
Consulto o espelho. E me
revela tudo
o espelho, meu amigo mais
sincero,
de uma sinceridade
pungitiva...
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