sábado, 19 de outubro de 2013

POESIA

MANUEL BANDEIRA
RECIFE-PE  =  1886-1968


A Fina, A Doce Ferida




A fina, a doce ferida
Que foi a dor do meu gozo
Deixou quebranto amoroso
Na cicatriz dolorida.

Por que ardor pecaminoso
Ateou a esta alma perdida
A fina, a doce ferida
Que foi a dor do meu gozo.


Como uma adaga partida
Purge o golpe voluptuoso...
Que no peito sem repouso
Me arderá por toda a vida
A fina, a doce ferida...



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