sábado, 31 de agosto de 2013

POESIA

ORLEY MESQUITA
JOÃO PESSOA-PB  =  1935-2006

Consumação Do Arcanjo


"E todos se acomodaram
Naquilo que não sabiam.
Nem repararam no tempo,
Seu lume, sua alquimia;
Na face, o manso da noite;
Na alma, as vestes dos dias.

Nem um retrato guardaram,
Nem amores, nem orgias.
Envelheceram suaves
Como barcos em calmaria.

Um deles fez-se poeta.
O outro suas pedrarias
Guardou na concha dos anos
Com singular simetria.

Que não tarde a brava morte
De achar a quem procura,
Que vida e morte se ateiam
No mesmo fogo que dura
Muito mais que a juventude
Alegre, vã e perjura."


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