GOUVEIA
MARINHO
LUIZ TAVARES DE GOUVEIA MARINHO
GOIANA-PE
= 1901 / 1983
Soneto À Morte
Amarga
(Paráfrase)
Sinto que vou morrer. Não tarda o dia
em que pedra insensível, impiedosa,
me há de cair por sobre a carne fria,
para que ela se altere em pasta ascosa.
Que mais serei depois? Nua ossaria,
caveira vil, magérrima e horrorosa;
alma que vai certeira, ou se transvia
no surto para o céu azul-e-rosa.
Que ser refoge o exício? O fraco e o forte,
o que rasteja e o que se eleva aos cimos
- todos junge essa lei cega e inclemente.
E que és amarga bem o sei, ó Morte,
tens o sabor do pó de onde provimos;
só te peço que venhas docemente.
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