sábado, 1 de dezembro de 2012

POESIA = Mário Quntana



MÁRIO QUINTANA
ALEGRETE-RS  =  1904-1996




Minha Morte Nasceu...




Minha morte nasceu quando eu nasci.
Despertou, balbuciou, cresceu comigo...
E dançamos de roda ao luar amigo
Na pequenina rua em que vivi.

Já não tem mais aquele jeito antigo
De rir, e que, ai de mim, também perdi!
Mas inda agora a estou sentindo aqui,
Grave e boa, a escutar o que lhe digo:

Tu que és minha doce Prometida,
Não sei quando serão nossas bodas,
Se hoje mesmo... ou no fim da longa vida...

E as horas lá se vão, loucas ou tristes...
Mas é tão bom, em meio às horas todas,
Pensar em ti... saber que tu existes!

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