O LADRÃO
Quando
deixei Maceió, fechei a porta do mar
E
enxotei os navios que insistiam em seguir-me.
Tive
de aninhar o vento nos corredores
Das
casas brancas que guardam lacraias.
Mas
o mar me acompanhou até nos sonhos,
Igual
ao sol azul que sustenta o mormaço.
O
vento veio voando e era um bando de pássaros.
A
chuva da minha infância continua caindo
Com
o seu séquito de tanajuras e caranguejos.
Até
as dunas caminham ao meu encontro
E
me rodeiam, exigindo que eu devolva
A
chave de areia e o oceano roubado.
LEDO IVO
MACEI[Ó-AL, 1924-2012
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