A Seca
Todo
esse campo agora abandonado
queimou
do sol a pólvora candente!
Já
de verde não tinge a grama olente,
secaram
fontes, e morreu o gado!
O
céu não chora o orvalho suspirado;
nem
sombra existe na planície ardente!
Ninhos
sem ave, habitações sem gente...
quanta
gente sem pão, por todo o lado!...
E
enquanto o vento cálido rugita,
e
na fúria cruel, ríspido, agita
o
esqueleto das árvores crestadas,
Faminto
e nu, em retirada informe,
vê-se
ir além descendo um povo enorme,
a
pedir e a morrer pelas estradas!...
ODILON NESTOR
TEIXEIRA-PB = 1874-1968
Nenhum comentário:
Postar um comentário