Corpo E Sombra
“O corpo que hoje viste,
ao fim do dia,
Seguir para uma cova que
o esperava
Oitenta annos viveu... E
não cansava!
Quem cansou foi a sombra
que o seguia...
Oitenta annos em sua
companhia,
Arrastada por terra como
escrava!
Só quando elle no escuro
repousava,
Ella no escuro repousar
podia.
Oitenta annos! Liberta,
finalmente,
Agora que o meteram n’um
jazigo,
Sae lésta e leve, a
espairecer contente...
E parece que em jubilo
profundo,
Diz: - Emfim, só! Depois
de haver comtigo
Errado, quase um seculo
no mundo!...”
ADELMAR TAVARES
RECIFE-PE
= 1888-1963
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