Rio
Capibaribe
Nos mistérios do rio me perdi,
Na amargura do rio me encontrei.
Na sombra que beijava a flor do rio
Senti minha saudade anoitecer.
Na amargura do rio me encontrei.
Na sombra que beijava a flor do rio
Senti minha saudade anoitecer.
O rio fez-se ventre onde nasci:
Sua água tem o pranto que chorei!
Quando o vento, pousando o leito, frio,
Quis da espuma meu sangue recolher.
Sou pontes, sou granito, sou letreiros,
Sou mangues, sou barcaças, sou cantiga
Desenhando petróleos na torrente.
Sou rio
que compõe os seus barqueiros
Dos soluços da margem que, ora, antiga,
Gera flores e lama, indiferente.
Dos soluços da margem que, ora, antiga,
Gera flores e lama, indiferente.
ZILA
MAMEDE
NOVA PALMEIRA-PB = 1928–1985
Nenhum comentário:
Postar um comentário