Paraíba
Azevedo e
Peçanha vestiram o paletó e desceram para a rua, na disposição de fazer uma
farrinha. Ainda no elevador, Azevedo fez ver a Peçanha que o laço de sua
gravata estava um pouco frouxo. Peçanha agradeceu e ajeitou o laço.
Afinal, iam em demanda de uma aventura amorosa e a elegância era detalhe
importante.
Caminharam
pela Avenida N. S. de Copacabana e foram subindo em direção ao Lido,
conversando animadamente e só interrompiam a conversa quando passava uma
moça. Sozinha ou acompanhada, todas as moças que passavam por Azevedo e
Peçanha ganhavam olhares pidões, tão comuns aos conquistadores baratos, de
beira de calçada.
Era sábado,
dia em que se definem os que andam pela aí, caçando o amor. Azevedo parou
na esquina do Lido e perguntou para Peçanha:
- Que tal se
nós fôssemos até o “Alfredão”?
Peçanha
achou que lá havia sempre muita concorrência. As mulheres supostamente fáceis,
quando há muita gente em volta, dando em cima, tornam-se superiores e esquivas,
fazendo-se mais preciosas pela disputa de seus carinhos. Mas como Azevedo
ponderasse que muito dos homens que vão ao “Alfredão” não chegam a ser
propriamente homens. Peçanha concordou.
Entraram no bar, Azevedo acendeu um charuto, ofereceu outro a Peçanha, que recusou com um gesto másculo. Preferia cachimbo, que tirou do bolso e começou a encher de fumo, enquanto pediam algo para beber. O garçom acabou partindo para ir buscar uísque puro, só com gelo e olhe lá.
Entraram no bar, Azevedo acendeu um charuto, ofereceu outro a Peçanha, que recusou com um gesto másculo. Preferia cachimbo, que tirou do bolso e começou a encher de fumo, enquanto pediam algo para beber. O garçom acabou partindo para ir buscar uísque puro, só com gelo e olhe lá.
Uma garota
de olheiras profundas passou pela mesa e Peçanha mexeu com ela. A garota
sorriu. Então Azevedo convidou-a para tomar alguma coisa. E como as
demais pequenas que estavam no bar pareciam todas acompanhadas, ficou só aquela
para ser dividida entre Azevedo e Peçanha.
No fim de
algum tempo, tanto Peçanha como Azevedo estavam caindo de tanta bebida.
Pagaram a conta. Azevedo apagou o resto do charuto no cinzeiro e quis
partir só, rebocando a pequena. Peçanha estranhou a atitude de Azevedo,
acabaram discutindo e começou o clássico festival de bolacha. Entrou a
turma do deixa-disso, veio o guarda e o resultado da farra ali estava: além da
garota disputada a tapa, também foram parar no xadrez as duas brigonas.
Sim, porque
o nome todo de Azevedo é Maria Tereza Azevedo. Quanto a Peçanha:
Walquíria. Walquíria Peçanha.
STANISLAW
PONTE PRETA
PSEUDÔNIMO
DE SÉRGIO PORTO
RIO
DE JANEIRO-RJ,1923-1968
Nenhum comentário:
Postar um comentário