Nordeste
Pleno nordeste. Sol a pino. A vida
Sem sonho como uma árvores sem fronde.
Retine uma araponga, outra responde
Como o grito da terra comburida.
A criatura de Deus, fraca e vencida.
Leva o destino sem saber para onde,
E ergue os olhos pedindo a água escondida
Nalguma nuvem que no céu se esconde.
Córregos secos, montes se arrastando...
Cansaço e solidão... terra que corta...
E, no céu desolado, a quando e quando,
Bandos loucos de avoantes forasteiras,
Alvoroçando na paisagem morta
O ar cansado e infeliz das carnaubeiras.
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