Soneto À Morte Amarga
(Paráfrase)
Sinto que vou
morrer. Não tarda o dia
em que pedra
insensível, impiedosa,
me há de cair
por sobre a carne fria,
para que ela se
altere em pasta ascosa.
Que mais serei
depois? Nua ossaria,
caveira vil,
magérrima e horrorosa;
alma que vai
certeira, ou se transvia
no surto para o
céu azul-e-rosa.
Que ser refoge o
exício? O fraco e o forte,
o que rasteja e
o que se eleva aos cimos
- todos junge
essa lei cega e inclemente.
E que és amarga
bem o sei, ó Morte,
tens o sabor do
pó de onde provimos;
só te peço que
venhas docemente.
GOUVEIA MARINHO
LUIZ TAVARES DE
GOUVEIA MARINHO
GOIANA-PE = 1901-1983
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