sábado, 11 de outubro de 2014

POESIA = Castro Alves





"A praça é do povo!
como o céu é do condor".
É o antro onde a liberdade
cria águias em seu calor.

Senhor, pois quereis a praça?
Desgraçada a população!
Só tem a rua de seu…
Ninguém vós rouba os castelos,

Tende palácios tão belos…
Deixai a terra ao Anteu.
Mas embalde… que o direito
Não é pasto de punhal

Nem a patas de cavalo
Se faz um crime legal…
Ah! não há muitos setembros!
Da plebe doem-se os membros

No chicote do poder,
E o momento é malfadado
Quando o povo ensanguentado
Diz: já não posso sofrer.


CASTRO ALVES
CURRALINHO-BA = 1847-1871

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