O
Marimbondo
A perna de dona Helena
Um marimbondo mordeu
E com a ferroada, a pequena,
Trincando os lábios gemeu.
Com a dor a moça se inferna
E diz: - Que coisa medonha!
Mordeu-me logo na perna,
Marimbondo sem-vergonha!
Do inseto as asas se somem;
Fugiu, deixando o ferrão;
Com certeza ele foi homem
Numa outra encarnação...
De quem sofre eu tenho pena
Mas sou da justiça amigo;
E por isso, à dona Helena
Com toda franqueza eu digo:
- A verdade eu não escondo,
A sem-vergonha é a senhora
Que, à vista de um marimbondo,
Anda com as pernas de fora!
Um marimbondo mordeu
E com a ferroada, a pequena,
Trincando os lábios gemeu.
Com a dor a moça se inferna
E diz: - Que coisa medonha!
Mordeu-me logo na perna,
Marimbondo sem-vergonha!
Do inseto as asas se somem;
Fugiu, deixando o ferrão;
Com certeza ele foi homem
Numa outra encarnação...
De quem sofre eu tenho pena
Mas sou da justiça amigo;
E por isso, à dona Helena
Com toda franqueza eu digo:
- A verdade eu não escondo,
A sem-vergonha é a senhora
Que, à vista de um marimbondo,
Anda com as pernas de fora!
BASTOS
TIGRE
RECIFE-PE = 1882
/ 1957
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