Umbral de sóis: de súbito, incendido
risco no azul. Sob o silêncio arfante,
a alma submersa em mar desconhecido,
dardo de adeus cortando o céu ressoante.
Nos sonhos da memória o dolorido
rol de presenças. Sono murmurante
do tempo ambíguo em sombra percorrido:
passos descompassados de passante
pelas trilhas de cinza, ou nas estradas
já imunes ao lume da esperança.
(Mas nas sendas da noite soam os
ecos das vozes tímidas e amadas,
e as cirandas redançam sua dança
quando as boninas dormem nos chãos nus.)
WALDEMAR LOPES
QUIPAPÁ-PE =
1911-2006
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