A falsa
modéstia é o último requinte da vaidade.
Existem
pais estranhos, dos quais a vida inteira não parece
ocupada
senão em preparar razões para os filhos
se
consolarem pela morte deles.
Não
existe vício que não tenha uma falsa semelhança
com uma
virtude e que disso não
O
avarento gasta mais no dia da sua morte do que gastou
em dez
anos de vida, e o seu herdeiro mais em
dez
meses do que ele na vida inteira.
Não se deve
julgar o mérito
de um homem pelas
suas
grandes
qualidades, mas pelo uso que sabe fazer delas.
Desejamos
fazer toda a felicidade, ou, não
sendo
isso possível, toda a infelicidade
Não há
no mundo exagero mais belo que a gratidão.
Aqueles
que gastam mal o seu tempo são os
primeiros
a queixar-se da sua brevidade.
Até
mesmo os homens honestos precisam de patifes à sua volta. Existem
coisas que
não se podem pedir às pessoas honestas para fazerem.
Os
filhos seriam, talvez, mais caros a seus pais e, reciprocamente,
os pais
aos filhos, sem o título de herdeiros.
Um
devoto é aquele que, sob um rei ateu, seria ateu.
Uma
coisa essencial à justiça que se deve aos outros é fazê-la,
prontamente
e sem adiamentos; demorá-la é injustiça.
Há
apenas duas formas de subir na vida: pelo nosso
engenho
ou pela estupidez dos outros.
O homem
que vive na indiferença, é aquele que ainda
não viu
a mulher que deve amar.
É por
fraqueza que odiamos um inimigo e pensamos
em nos
vingar; é por preguiça que nos
acalmamos,
desistindo da vingança.
JEAN DE
LA BRUYÉRE
FRANÇA, 1645-1696
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