sábado, 15 de março de 2014

PENSAMENTOS = Jean De La Bruyére


 
A falsa modéstia é o último requinte da vaidade.
 

Existem pais estranhos, dos quais a vida inteira não parece
ocupada senão em preparar razões para os filhos
se consolarem pela morte deles.
 

Não existe vício que não tenha uma falsa semelhança
com uma virtude e que disso não
 

O avarento gasta mais no dia da sua morte do que gastou
em dez anos de vida, e o seu herdeiro mais em
dez meses do que ele na vida inteira.
 

Não  se deve  julgar  o  mérito  de um  homem  pelas  suas
grandes qualidades, mas pelo uso que sabe fazer delas.
 

Desejamos fazer toda a felicidade, ou, não
sendo isso possível, toda a infelicidade

 
Não há no mundo exagero mais belo que a gratidão.
 

Aqueles que gastam mal o seu tempo são os
primeiros a queixar-se da sua brevidade.

 
Até mesmo os homens honestos precisam de patifes à sua volta. Existem
coisas que não se podem pedir às pessoas honestas para fazerem.

 
Os filhos seriam, talvez, mais caros a seus pais e, reciprocamente,
os pais aos filhos, sem o título de herdeiros.

 
Um devoto é aquele que, sob um rei ateu, seria ateu.

 
Uma coisa essencial à justiça que se deve aos outros é fazê-la,
prontamente e sem adiamentos; demorá-la é injustiça.


Há apenas duas formas de subir na vida: pelo nosso
engenho ou pela estupidez dos outros.

 
O homem que vive na indiferença, é aquele que ainda
não viu a mulher que deve amar.

 
É por fraqueza que odiamos um inimigo e pensamos
em nos vingar; é por preguiça que nos
acalmamos, desistindo da vingança.

 
JEAN DE LA BRUYÉRE
FRANÇA, 1645-1696

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