BASTOS TIGRE
RECIFE-PE = 1882-1957
A Concetta
Na minha longe,
alegre juventude
Quando tu eras um
brotinho e eu era
Estouvado e sem
juízo – era uma “fera”
(Só não fiz as
tolices que não pude...)
Tu foste o sol de
minha primavera.
Veio após a
estação
Dos arroubos da
rubra mocidade
E eu entrando no
lar com a claridade
Solar – 40 graus
à sombra, insolação!...
Via, suando...
frio que, em verdade,
Eras o sol do meu
verão.
Mas do teu
coração senhor e dono,
Continuei,
entretanto, teu vassalo.
E, rainha, pregavas
do teu trono,
E o teu sermão eu
tinha de escutá-lo.
Mas foste o sol
do meu outono.
Hoje, velhinhos,
há quarenta e quatro
Anos na mesma
jaula recolhidos
Eu, sem cafés,
sem caixas de teatro,
Sem da boêmia, o
delicioso inferno,
Em verso, aqui
murmuro aos teus ouvidos:
- Tu és o sol do
meu inverno.
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