B O C A G E
MANUEL MARIA
BARBOSA DU BOCAGE
POETA PORTUGUÊS,
1765-1805
Liberdade Querida
Liberdade querida e suspirada,
Que o Despotismo acérrimo condena;
Liberdade, a meus olhos mais
serena,
Que o sereno clarão da madrugada!
Atende à minha voz, que geme e
brada
Por ver-te, por gozar-te a face
amena;
Liberdade gentil, desterra a pena
Em que esta alma infeliz jaz
sepultada;
Vem, oh deusa imortal, vem,
maravilha,
Vem, oh consolação da humanidade,
Cujo semblante mais que os astros
brilha;
Vem, solta-me o grilhão da
adversidade;
Dos céus descende, pois dos Céus
és filha,
Mãe dos prazeres, doce Liberdade!
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