GUILHERME DE AZEVEDO
PORTUGAL = 1839-1882
Oh
Máquinas Febris
Ó máquinas
febris! Eu sinto a cada passo,
Nos silvos que soltais, aquele canto imenso
Que a nova geração nos lábios traz suspenso
Como a estância viril de uma epopeia de aço!
Nos silvos que soltais, aquele canto imenso
Que a nova geração nos lábios traz suspenso
Como a estância viril de uma epopeia de aço!
Enquanto o velho
mundo, arfando de cansaço,
Prostrado cai na luta, em fumo negro e denso
Levanta-se a espiral desse moderno incenso
Prostrado cai na luta, em fumo negro e denso
Levanta-se a espiral desse moderno incenso
Que ofusca os deuses
vãos, anuviando o espaço!
Vós sois as criações
fulgentes, fabulosas,
Que, vibrantes, cruéis, de lavas sequiosas,
Mordeis o pedestal da velha majestade!
Que, vibrantes, cruéis, de lavas sequiosas,
Mordeis o pedestal da velha majestade!
E as grandes
combustões que sempre nos consomem
Começam, num cadinho, a refundir o homem,
Fazendo ressurgir mais larga a humanidade.
Começam, num cadinho, a refundir o homem,
Fazendo ressurgir mais larga a humanidade.
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