sábado, 24 de agosto de 2013

POESIA

CONSTANTINO CARTAXO
CAJAZEIRAS-PB  =  1933


Orgulho Sertanejo



Não é vergonha, amigo, eu ser um sertanejo…
e ter, por berço, um chão bem castigado e quente,
onde os raios do sol, sem pena, horrivelmente,
maltratam: terra, flora e tudo mais que vejo.

No entanto, no meu Eu perdura este desejo
de sempre repetir, e o faço alegremente,
sem nunca me abalar, dizendo a toda gente:
Não é vergonha, amigo, eu ser um sertanejo.

Pertenço a um povo bravo, “além de tudo, forte”,
que eleva o seu torrão, assim, cheio de orgulho,
sem dele se largar. Nem com a própria morte.

E, quando ela chegar, ou calma ou de repente,
separe o meu ser d’alma… e, sem nenhum barulho,
entregue este meu corpo a terra, de presente.


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