VLADIMIR MAIAKÓVSKI
GEORGIA = 1893-1930
Nossa Marcha
Troa na praça o tumulto!
Altivos píncaros - testas!
Águas de um novo dilúvio
lavando os confins da terra.
Altivos píncaros - testas!
Águas de um novo dilúvio
lavando os confins da terra.
Touro mouro dos meus dias.
Lenta carreta dos anos.
Deus? Adeus. Uma corrida.
Coação? Tambor rufando.
Lenta carreta dos anos.
Deus? Adeus. Uma corrida.
Coação? Tambor rufando.
Que metal será mais santo?
Balas-vespas nos atingem?
Nosso arsenal é o canto.
Metal? São timbres que tinem.
Balas-vespas nos atingem?
Nosso arsenal é o canto.
Metal? São timbres que tinem.
Desdobra o lençol dos dias
cama verde, campo escampo.
Arco-iris arcoirisa
o corcel veloz do tempo.
cama verde, campo escampo.
Arco-iris arcoirisa
o corcel veloz do tempo.
O céu tem tédio de estrelas!
Sem ele, tecemos hinos.
Ursa-Maior, anda, ordena
para nós um céu de vovos.
Sem ele, tecemos hinos.
Ursa-Maior, anda, ordena
para nós um céu de vovos.
Bebe e celebra! Desata
nas veias a primavera!
Coração, bate a combate!
O peito - bronze de guerra.
nas veias a primavera!
Coração, bate a combate!
O peito - bronze de guerra.
(Poemas - Vladímir Maiakóvski. Trad. Haroldo de Campos. Tempo Brasileiro, 1967, pp. 77-8)
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