sábado, 22 de junho de 2013

POESIA


ODILON NESTOR

TEIXEIRA-PB  =   1874- 1968

 

A Seca 


 

Todo esse campo agora abandonado
queimou do sol a pólvora candente!
Já de verde não tinge a grama olente,
secaram fontes, e morreu o gado!
 
O céu não chora o orvalho suspirado;
nem sombra existe na planície ardente!
Ninhos sem ave, habitações sem gente...
quanta gente sem pão, por todo o lado!...
 
E enquanto o vento cálido rugita,
e na fúria cruel, ríspido, agita
o esqueleto das árvores crestadas,

Faminto e nu, em retirada informe,
vê-se ir além descendo um povo enorme,
a pedir e a morrer pelas estradas!...

 

 

 

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