ALBÉRGIO
MAIA DE FARIAS
RECIFE-PE
= 1947
Guardanapos
de Papel
( XLVI
)
Ela
vinha com o Recife em sua boca
e
eu beijei a espuma dos seus rios
um
balde d’água emoldurando o cio
quando
ela mostrava essa cidade louca
Andamos
juntos pela rua afora
amanhecemos
noites, navegamos
em
terra firme e pelos pântanos
que
salvavam os oceanos da aurora
E
quando, assim, relembro dela, agora
ela
me invade bem fundo na memória
do
silêncio da voz que nunca disse
Como
dói haver amado o que não pude,
mas
que a ternura nunca mais se mude
de
sua boca cheia de Recife.
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