terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

POESIA = Albérgio Maia de Farias


ALBÉRGIO MAIA DE FARIAS
RECIFE-PE  =  1947



Guardanapos de Papel
( XLVI )




Ela vinha com o Recife em sua boca
e eu beijei a espuma dos seus rios
um balde d’água emoldurando o cio
quando ela mostrava essa cidade louca


Andamos juntos pela rua afora
amanhecemos noites, navegamos
em terra firme e pelos pântanos
que salvavam os oceanos da aurora


E quando, assim, relembro dela, agora
ela me invade bem fundo na memória
do silêncio da voz que nunca disse


Como dói haver amado o que não pude,
mas que a ternura nunca mais se mude
de sua boca cheia de Recife.

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