sábado, 1 de setembro de 2012

POESIA = Mário de Sá-Carneiro


MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO
PORTUGAL = 1890-1916



Fim




Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos berros e aos pinotes —
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas.


Que meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro...



(Paris, 1916)

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