sexta-feira, 17 de agosto de 2012

POESIA


ASCENSO FERREIRA
PALMARES-PE  =  1895 / 1965


A Festa



O altar armado da igreja à porta
Tão lindo como nunca vi,
Cheirava a cravos, cheirava a rosas,
Cheirava a flor de bogari

As barraquinhas adornadas
Com lanterna de muitas cores,
Vendiam coisas cheias de odores:
Broas, pastéis, doces, geladas,
Jinjibirra, abacaxis...

A gente ia pro carrossel,
Nos seus cavalos esquipar.
O realejo triste gemia,
Mas, dentro de nós quanta alegra.
E quando o carrossel se ia,
Ai! Que tristeza de matar.

Ganhava a gente roupas novas,
Novo sapato, novo chapéu,
E tudo, nossos pais compravam,
Com carinho especial;
Nada de Papais Noéis.
Nada de árvores de Natal.

Sinos tocavam dentro da noite,
Fogos  subiam riscando o céu.
Jesus brilha de luz num halo
- “Meia-noite canta o galo
Dizendo: - “Cristo nasceu”.

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