domingo, 1 de julho de 2012

POESIA

ADELMAR TAVARES
RECIFE-PE = 1888 / 1963



Corpo E Sombra





“O corpo que hoje viste, ao fim do dia,
Seguir para uma cova que o esperava
Oitenta annos viveu... E não cansava!
Quem cansou foi a sombra que o seguia...


Oitenta annos em sua companhia,
Arrastada por terra como escrava!
Só quando elle no escuro repousava,
Ella no escuro repousar podia.


Oitenta annos! Liberta, finalmente,
Agora que o meteram n’um jazigo,
Sae lésta e leve, a espairecer contente...


E parece que em jubilo profundo,
Diz: - Emfim, só! Depois de haver comtigo
Errado, quase um seculo no mundo!...”






MANTIDA A ORTOGRAFIA ORIGINAL

Nenhum comentário: