sábado, 23 de junho de 2012

P E N S A M E N T O S



"Um outro dia, embaixo da chuva, esperamos um barco à
beira de um lago; a mesma lufada de aniquilamento
me atinge, desta vez por felicidade. Assim, às vezes,
a infelicidade ou a alegria desabam sobre mim,
sem nenhum tumulto posterior, nenhum outro
sentimento: estou dissolvido, e não
em pedaços: caio, escorro, derreto.
Este pensamento levemente
tocado, experimentado, tateado
(como se tateia a água com pé) pode voltar.
Ele nada tem de solene. É exatamente a doçura."
(Roland Barthes)


"O esplendor da relva só pode mesmo ser percebida
pelo poeta. Os outros pisam nela. Um mérito
inegável da poesia: ela diz mais e em menor
número de palavras que a prosa."
(Voltaire)


"Até os poetas se armam, e um poeta desarmado
é, mesmo, um ser à mercê de inspirações
fáceis, dócil às moda e compromissos."
(Carlos Drummond de Andrade)


"Mas o que vou dizer da Poesia? O que vou dizer destas
nuvens, deste céu? Olhar, olhar, olhá-las, olhá-lo,
e nada mais. Compreenderás que um poeta não
pode dizer nada da poesia. Isso fica para os críticos
e professores. Mas nem tu, nem eu, nem poeta
algum sabemos o que é a poesia."
(Garcia Lorca)




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