sábado, 20 de abril de 2013

POESIA = Emílio de Menezes


EMÍLIO DE MENEZES
CURITIBA-PR  =  1866-1918

 
 

 

Vai, sacrílega, a Morte, em sempiterna ronda
A ceifar e a espalhar o horror e o sacrilégio.
Quem há que ao seu apelo, acaso, não responda,
Seja espírito escasso ou pensador egrégio?
 

É uma alma juvenil? Ela, em volúpia, a sonda.
É um sábio? Ela o envenena em letal sortilégio.
É um artista? Ela o chama e erguendo a destra hedionda
Ao mundo inteiro impõe o seu domínio régio.

Feliz é aquele só que ao ressurgir a tona
Da vaza-mar que a terra envolve em extermínio,
Ao nome, nova glória, a morrer, adiciona!

A alma do que hoje cai, não caiu em declínio.
Da História a porta entrou como senhora e dona,
E a própria Morte impôs o seu régio domínio!

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