sábado, 27 de abril de 2013

EUGÊNIA HARTEN = Arte Abstrata

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


CHARGES

 
 
 

VÍDEO = Paul Mauriat


MAX NUNES


"Filho único é uma coisa tão chata que não
há no mundo quem tenha dois."

"Se acupuntura resolvesse, porco-espinho
não ficava doente."

"Ninguém conhece melhor um uísque falsificado
do que um legítimo bebum."

"Hoje, numa sala de aula, o verdadeiro quadro
 negro é o salário do professor."

"A  polícia de Nova York  descobriu  100 quilos de cocaína  no
aeroporto. A droga tinha sido colocada no nariz do avião."

"No Brasil, o que pega fogo com mais facilidade não é o
álcool, nem a gasolina. É colchão de penitenciária."



MAX NUNES

RIO DE JANEIRO-RJ  =  1922

PRAIAS DO NORDESTE

Praia de Mangue Seco-PE
Praia de Tamandaré-PE
Praia do Forte-BA
Praia do Forte-BA
Barra de Jangada-PE
Praia de Calhetas-PE
Praia de Calhetas-PE
Praia de Calhetas-PE
Praia de Calhetas
Praia de Candeias-PE
 
 


CRÔNICA = Mário Sette


MÁRIO SETTE
RECIFE-PE  =  1886-1950

 
Mascates
 

Todos nós, meninos de um ontem meio remoto, nos recordamos da festa que era, em casa, a chamada de um mascate.

De longe ouvíamos-lhe o taque-taque característico do mercador, o que era comum no silêncio das ruas. Nem todo dia alguém da família o chamava; se isso acontecia o alvoroço era grande. o mascate a nos entrar pela porta, ao abrir a sua grande "caixa de coisas", um quê de mistério e de fascinação irrompia. Estojos de papelão, frascos, boiões, bordados e linhas, fazendas e sobretudo brinquedos...

Que mundo!

Costume, antigamente, no Recife, darmos aos mascates a alcunha de "italiano" porque a essa nacionalidade pertencessem quase todos esses vendedores ambulantes.

Seu prestígio de então seria muito maior do que o de hoje, porque sendo as senhoras mais ou menos sedentárias, indo pouco ao comércio e não saindo as moças sozinhas, essas pequenas necessidades de miudezas, tecidos, perfumes, supriam-nas os mercadores ambulantes cuja importância, entre nós, motivaram até um conflito nativista — a Guerra dos Mascates.

Ainda no começo do século XX, quando as duas grandes conflagrações político-econômico-sociais não haviam alterado quase de fond en comble nossos costumes e nossa pecúnia, o "italiano" era um semi-deus nos lares. Seu titaquear alvoroçava e não raro solucionava um caso doméstico: estava-se mesmo precisando, para arrematar costura urgente, de uma agulha, de um sutache, quando não fosse outro gênero de premência de uma opiata para os dentes. De tudo o mascate trazia às portas, em ampla caixa de várias prateleiras. O "italiano" com seus fartos bigodes e sua língua atravessada vinha à frente batendo a matraca, seguido pelo negro a carregar as mercadorias. Penetravam pelos arrabaldes depois de percorrerem as ruas residenciais dos bairros urbanos... Ninguém os dispensava. Só mesmo para os artigos de luxo, os calçados, as compras de vulto, ia-se às lojas.

Botar o espartilho, vestir aquelas tríplicas saias, com camisas e corpinhos, pentear os longos cabelos fincando pentes e marrafas, botar o chapéu de plumas, tudo era para comprar bobagens na rua Nova ou Imperatriz!

O mascate era um achado de serventia!

Ele não desapareceu hoje em dia. Ainda o vemos nas ruas, e alguns já montados em bicicletas-mostruários, às vésperas do avião. Mas nesta época em que a maioria das mulheres — velhas, moças e mocinhas — vêm à cidade a qualquer pretexto ou sem nenhum pretexto, o mascate perdeu quase todo o seu préstimo.

É velharia a resistir num Recife em que os subúrbios se comercializam, abrindo-se ali estabelecimento comerciais até de luxo, senão modestos, e de quebra! povoando-se as calçadas de tabuleiros e barraquinhas.



(Sette, Mário. Maxambombas e maracatus. 3ª ed. Rio de Janeiro, Casa do Estudante Brasileiro, 1958, p.112-114)

 

LIBERDADE


LIBERDADE

 

Não devemos acreditar na maioria que diz que apenas as
pessoas livres podem ser educadas, mas sim acreditar
nos filósofos que dizem que só as
pessoas educadas são livres.

 
Não devemos ser escravos de um padrão, de uma época, de um costume. Aprendendo a pensar por nós mesmos, experimentamos a liberdade.

 
A salvação da humanidade depende de pensadores independentes
conduzindo seus pensamentos corretamente.

 
Não podemos entrar na modernidade com a vergonha de ser
pobre e o culto das aparências; com a passividade perante
a injustiça e a idéia de que, para sermos modernos,
temos de imitar os outros.
 

O homem livre é aquele que não tem medo de ir até o fim em seu pensamento.

 
O que o homem realmente tem é o que está nele. O que
existe fora dele não tem a menor importância.

 
Prefira afrontar o mundo servindo à sua consciência, a afrontar sua consciência para ser agradável ao mundo!

 
Renunciamos a três quartos de nós mesmos para sermos como os outros. Arthur Schopenhauer

 
Se nós pudéssemos nos ver como os outros nos
vêem, compreenderíamos até que ponto as
aparências são enganosas.

 
Um homem sério tem poucas ideias. Um homem de ideias nunca é sério.

 
A história do homem é a luta contra tudo o que o torna escravo.

 
A liberdade é como um pássaro que voa para todo lugar, sem
limites, mas não tira a liberdade de vôo do outro.

 
A liberdade não se deixa conquistar facilmente; é uma deusa
que sempre exigiu sacrifícios humanos de seus adeptos.


É melhor morrer em pé do que viver de joelhos.

 
Enquanto as leis forem necessárias, os homens não
estarão capacitados para a liberdade.

 
Liberdade - essa palavra que o sonho humano alimenta; não
há ninguém que explique, e ninguém que não entenda.

 
Liberdade é o direito de fazer algo que não prejudique a outrem.

 
Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela.

 
O livre desenvolvimento de cada um é condição para o
livre desenvolvimento de todos.

 
O semeador, após realizar seu trabalho, afasta-se e deixa a semente germinar.


O verdadeiro grande homem é o que não domina ninguém 
não é dominado por ninguém.

 
Pode-se resistir à invasão dos exércitos, não à invasão das ideias.

 
Posso não concordar com nenhuma de tuas palavras, mas
defenderei até a morte o direito que tens de dizê-las.
 

Que me importa morrer! A vida é nada; a liberdade é tudo.
 

Só liberta o mundo e os homens aquele que primeiramente
se libertou de si próprio.
 

Somente pela fraternidade a liberdade será preservada.

 

POESIA = Albert Einstein


CARLOS DRUMMOND


CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
ITABIRA-MG  =  1902-1987

Aquele Casal



Aquele casal, o marido me honra com suas confidências:

- Ultimamente, a Elsa anda um pouco estranha. Não sei o que é, mas não me agrada a sua evolução.
- Como assim?

- Deu para usar estampados berrantes, de mau gosto, ela que era tão discreta no vestir.

- É a moda.

- Pode ser o que você quiser, porém minha mulher jamais se permitiu esses desfrutes.

- Deixe Dona Elsa ser elegante. Não há desfrute em seguir o figurino.

- Se fosse só o figurino. São as maneiras, os gestos.

- Que é que tem as maneiras, os gestos?

- A Elsa parece uma menina de quinze anos. Ficou com os movimentos mais leves, um ar desembaraçado que ela não tinha, e que não vai bem com uma senhora casada.

- Posso dar opinião? As senhoras casadas não perdem a condição feminina, e pode até realçá-la por uma graça experiente.

Fixou-me suspeitoso:

- Que é que está insinuando?

- Nada. A mulher casada desabrochou, não é mais um projeto, pode revelar melhor o encanto natural da personalidade.
- Pois fique com suas teorias, que eu não quero saber de minha mulher revelar seu encanto a ninguém.
- Perdão, eu…

- Já sei. Estava querendo desculpar a Elsa.

- Desculpar de quê?

- De tudo que ela vem fazendo.

- Eu ignoro tudo, e adivinho que não há nada senão…

- Senão o quê?

- Aquilo que o dicionário chama de ente de razão, uma fantasia completamente destituída de razão.

- Acha então que estou maluco?

- Acho que está sonhando coisas.

- E a flor que ela trouxe ontem para a casa é sonho? Me diga: é sonho?

- Que é que tem trazer uma flor para casa?

- Veio do oculista e trouxe uma rosa. Acha direito?

- Por que não?

- Eu apertei, ela me disse que foi o oculista que deu a ela. Estava num vaso, ela achou bonita, ele deu.
- E daí?

- Então uma senhora casada vai ao oculista e o oculista lhe dá uma rosa? Que lhe parece?

- Que ele é gentil, apenas.

- Pois eu não vou nessa gentileza de oculista. Não há rosas nos consultórios de oftalmologia. E que houvesse. Tem propósito uma coisa dessas? Ela acabou chorando, dizendo que eu sou um bruto, um rinoceronte. Engraçado. Minha mulher vem com uma rosa para casa, uma rosa dada por um homem, e eu não devo achar ruim, eu tenho que achar muito natural.

- Desde quando é proibido uma senhora ganhar flor de uma pessoa atenciosa? Que sentido erótico tem isso?
- Tem muito. Principalmente se é rosa. Ora, não tente negar o significado das ordens florais entre dois sexos. O oculista não podia dar essa flor, nem ela podia aceitar. O pior é que não deve ter sido o oculista.
- Quem foi, então?

- Sei lá. Numa cidade do tamanho do Rio, posso saber quem deu uma rosa a minha mulher?
- Vai ver que ela comprou na loja de flores da esquina, e disse aquilo só para fazer charminho.
- Ela nunca fez isso. Se fez agora, foi para preparar terreno, quando chegar aqui uma corbelha de antúrios e hibiscos.
- Não diga uma coisa dessas.

- Digo o que penso. Estou inteiramente lúcido, só me conduzo pelo raciocínio. Repare no encadeamento: os vestidos modernos; os modos (só vendo a maneira dela se sentar no sofá); a rosa, que ela foi correndo levar para a mesinha de cabeceira do quarto. Cada uma dessas coisas é um indício; reunidas, são a evidência.
- Permita que eu discorde.

- Discorda sem argumentos. A Elsa não é mais a Elsa. Demora mais tempo no espelho. Fica olhando um ponto no espaço, abstrata. Depois, sorri. Estou decidido.

- A quê?

- Vou segui-la daqui por diante. Contrato um detetive. E logo que tenha a prova, me desquito.
- Não vai ter prova nenhuma, juro. Ponho a mão no fogo por Dona Elsa.

- Pensei que você fosse meu amigo. Fiz mal em me abrir. Vamos mudar de assunto que ela vem chegando. Mas repare só que os olhos de Capitu que ela tem, eu nunca havia reparado nisso!

Esquecia-me de dizer que meu amigo tem 82 anos, e Dona Elsa, 79.

 

POESIA = Benedita de Melo


BENEDITA DE MELO
VICÊNCIA-PE  =  1906-1991

 


Velhice

 

Velhice é a borra do final da taça...
O sabor derradeiro da bebida.
Visão que, terna, a criatura abraça,
porém que sempre a encontra distraída. 

Tem de tudo o que finda a eterna graça.
Por todos, com tristeza é recebida...
Qualquer fase da vida surge e passa,
sem que por isso passe-nos a vida. 

Ela, não. Ela fica. É mais sincera...
É mais que o Outono e mais que a Primavera...
Para atingi-la, quanto não fazemos!

 Vai-se a infância e risonhos prosseguimos...
A mocidade foge e resistimos...
Mas se a velhice morre, nós morremos!...

 
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Bendita Cegueira

 

Não vi ciscar a terra o pintainho,
nem vi no lago espreguiçar-se a lua.
Não vi num ramo balouçar-se o ninho,
Nem no dorso do mar vi a falua. 

Não vi, em frente, o rumo ao meu caminho...
Vi ruidosa e deserta cada rua.
Não vi no Ramo balouçar-se o ninho,
Não vi o mato verde, a pedra nua.

 Mas se não vi a graça de uma flor
Nem plumagem de pássaro cantor,
Bendigo o que não vi para bem meu...

Não vi o frio olhar de quem renega...
E a dor de minha mãe ao ver-me cega...
E o rosto de meu pai, quando morreu...

 

VÍDEO = Hector Berlioz


FRASES DE CAMINHONEIROS


 

Mulher é igual café, vicia e tira o sono.
 

Beijo de mulher casada sempre
tem gosto de chumbo.  
 

 Baixinho só anda em trajes menores.
 

Aqui jaz a minha sogra: descanso em paz!
 

Amigo é igual parafuso, a gente só conhece na hora do aperto.     
 

A rapadura é doce, mas não é mole não.   
 

A mulher mandou escolher entre ela

e o caminhão... sinto falta dela!
 

Big brother de pobre é buraco de fechadura.
 

Não sou sete de setembro, mas sou uma grande parada.


 

PENSAMENTOS


 

Não deixe que a saudade sufoque, que a
rotina acomode, que o medo impeça de
tentar. Desconfie do destino e acredite
em você. Gaste mais horas realizando
que sonhando, fazendo que planejando,
vivendo que esperando porque,
embora quem quase morre esteja
vivo, quem quase vive já morreu...
LUÍS FERNANDO VERISSIMO

 

Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor à água.
THOMAS FULLER

 
Nenhum poder humano consegue forçar o
impenetrável reduto da liberdade de um coração.
FRANÇOIS FÉNELON
 

O mais livre de todos os homens é aquele que

consegue ser livre na própria escravidão.
FRANÇOIS FÉNELON

 
Se eu vi mais longe, foi por estar de

pé sobre ombros de gigantes.
ISAAC NEWTON

 
Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de
diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.
KARL MARX

 
A insatisfação é a principal motivadora do progresso.
THOMAS EDISON